"Bem-Vindos em meu cantinhu especial !!!"

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SE voltar é porque as conquistei... Se não voltar é porque nunca as tive."

sábado, 25 de fevereiro de 2012


Fantasias Sexuas para Apimentar o Relacionamento
Por que fazemos amor de luzes apagadas? Há quem diga que seja por timidez ou para ocultar imperfeições do corpo. Mas a verdade pode estar escondida em um vasto e desconhecido território: o campo das fantasias sexuais. No escuro, a cabeça passeia ao sabor do imaginário, faz com que celebridades se excitem com nossa presença, nos permite realizar taras inconfessáveis.
Durante 25 anos, o psicanalista britânico Brett Kahr se manteve atento a relatos para tentar entender os limites da mente quando o tema é sexo. Ele é especialista em terapias de casais, em que a cama acaba sendo uma das principais queixas. Muitas delas, provocadas pela falta ou excesso de coragem de quem quer trazer para a prática o que o desejo inspira. Além dos casos de consultório, Kahr usou questionários anônimos para saber o que excita os ingleses. Totalizou nada menos que 19 mil fantasias sexuais, que vão das cenas mais apocalípticas à simples vontade de passar um fim de semana longe dos filhos. Está tudo registrado, com detalhes que fariam corar Calígula, em O sexo e a psique (Ed. Best Seller).
Democráticas, as fantasias sexuais atingem e perturbam qualquer classe econômica, etnia, religiosidade ou orientação sexual. Um fechar de olhos é suficiente para que o inconsciente fale mais alto, tome as rédeas do pensamento e nos conduza a locais onde nunca ousaríamos pisar. Geralmente é na masturbação que a fantasia ganha voz, faz-se presente e nos revela o lado sombrio da sexualidade. Para a maioria das pessoas, é o suficiente. A fantasia, guardadinha na cabeça, acaba sendo algo mais produtivo e excitante do que quando é levada à prática.
Kahr defende que é justamente o medo da interpretação dos outros que faz com que a maioria das pessoas sufoque as fantasias. Ele calcula que menos de 5% dos pacientes relatam as taras secretas em sessões de terapia. De tão íntimos, julgamos que tais pensamentos não devem ser compartilhados com ninguém, nem mesmo com o cônjuge de vários anos ou o melhor amigo. O silêncio, no entanto, não pode ser confundido com a ausência de fantasias. Sigmund Freud, o pai da psicanálise, dizia que elas são fundamentais no exercício da libido, do tesão – seja entre quem tem ou não parceiros sexuais. Na mente, a infidelidade é pra lá de permitida. Não foi à toa que ele disse que “cada ato sexual é um processo no qual quatro pessoas estão envolvidas”. Freud acreditava que a fantasia é remanescente de experiências da infância ou fruto da insatisfação.

Os passos para a perversão
Afinal, até que ponto uma fantasia torna-se algo doentio? Em O sexo e a psique, Brett Kahr cita características das pessoas perversas. A lista foi elaborada em conjunto com a psiquiatra Estela Welldon, especialista em psicoterapia forense.
:: A pessoa não tem capacidade de escolha e age por compulsão, mesmo que esteja sob a ameaça de punições
:: O perverso trata o outro como um objeto, e não como uma pessoa. Não lhe importa o que o outro pensa ou sente
:: Não há uma relação de consideração ou afeto
:: A perversão é praticada repetidamente
:: O ato é escondido, praticado em segredo
:: A pessoa considera suas ações bizarras e não é capaz de entender as origens da perversão
:: O ato é usado para aliviar angústias sexuais reprimidas e é encenado para expressar o ódio, em vez do amor
:: Há quase sempre um jogo que visa violar os limites corporais da vítima
:: O perverso engana
:: A atividade perversa serve como defesa maníaca contra um estado de depressão subjacente 
Excentricidades
:: Nem toda a fundamentação científica do doutor Kahr é capaz de nos livrar do espanto causado por determinados relatos do livro. São fantasias que nos levam a crer que somos mais normais do que imaginamos.
:: No capítulo dedicado às taras envolvendo celebridades, exemplos do que há de mais excêntrico. Afinal, devem ser poucos os homens neste mundo que desejam amarrar Margaret Thatcher e a rainha Elizabeth e, em seguida, transar com as duas. E o que dizer da pacata dona de casa que se excita com a voz metálica de Darth Vader, o vilão de Guerra nas estrelas, dizendo-lhe pornografias ao pé do ouvido? Há gosto para tudo, principalmente em matéria de sexo.
:: E qual o limite entre o desejo saudável e o insano? Em alguns casos, a fantasia é capaz mesmo de limitar o livre exercício da sexualidade. Kahr cita o exemplo de um bem-sucedido rapaz que, todos os dias, repetia o mesmo ritual: chegava em seu rico apartamento, tirava um DVD pornô de dentro da lata de café e assistia a uma cena em que duas atrizes interpretavam uma luta de boxe antes de transarem. Até aí, nada de muito incomum. O problema é que ele passou a só se excitar imaginando tal cena. Fantasiar não é o problema, defende o psicanalista. Complicada é a relação que se estabelece com a fantasia.
:: Aos curiosos, convém alertar que o livro não está recheado apenas com aquelas fantasias de boteco, que qualquer um conta depois de algumas doses. Há também o que é execrado socialmente: o estupro, a pedofilia, o incesto. Homo e bissexualidade, grandes tabus, aparecem com muito mais constância do que se imagina – ainda que não chegue às vias de fato. Provas de que nem todos os cabrestos sociais podem sufocar o que está latente nesse insondável universo chamado inconsciente.

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